Eu conheci outras pessoas, mas tu continuaste a ser o meu
eleito. Provei outros beijos e nenhum me fez sentir tão amada quanto o teu, estive
envolvida nos braços de outras pessoas, mas nenhum abraço me fez sentir mais
segura do que aquilo que outrora estive no teu. Senti outros perfumes, mas
nenhum deles me encantou, me fez fechar os olhos e suspirar fundo como o teu
fez. Chorei muitas noites por a saudade apertar como nunca tinha apertado antes,
olhei para os lados, vezes sem conta, e vi a vida a passar por mim e senti uma falta
enorme da vida que passei do teu lado, de toda a felicidade que nos envolvia,
de todo o amor que nos alimentava, de todas as vezes em que o teu sorriso era
tudo o que eu queria ter, em que o teu abraço era tudo o que necessitava. Foi nestas
circunstâncias que eu percebi o quanto realmente eu te amava, o quanto eu
dependia de ti, o quanto tudo o que vivemos será eterno e habitará, sempre,
dentro do meu ser. Não se esquece, não se explica porque nunca ninguém
entenderá tudo o que contigo vivi, nunca ninguém entenderá o porquê de tanto
amor, de tanta cumplicidade, de tanta dependência mutua. Porque nunca ninguém
se meteu no nosso meio, porque nunca ninguém soube o que nos unia, porque nunca
ninguém percebeu que o necessitávamos apenas era do amor um do outro, porque nunca ninguém soube de nós dois. Mesmo
depois de tantas faces eu continuo a preferir os traços da tua, mesmo depois de
tantos toques eu continuo a preferir o teu, mesmo depois de tanto amor,
continuo amarrada ao teu, mesmo depois de tantas pessoas eu continuo a desejar ter-te
novamente do meu lado, mesmo depois de tantos caminhos percorridos continuo a preferir aqueles que contigo percorri. Se algum dia terei coragem para te mostrar isto? Talvez
não, e eu sei que, provavelmente, este é o meu maior erro, mas tenho medo.
"Tenho medo"