Estás em mim, habitas no meu ser como se dele nunca tivesses saído, como se dele fosses dono. É como se me possuísses de uma forma que nem eu própria alcanço a justificação para tal realidade. Talvez nunca tenhas saído, verdadeiramente, de mim, talvez nunca me tenha habituado, completamente, à ideia de ter de viver sem ti, talvez nunca tenha aprendido a conviver com a tua ausência. O teu amor era tudo o que eu possuía, a tua paixão era tudo que alimentava a minha alma, o teu sorriso era tudo o que me fazia ser, realmente, feliz. O teu toque era tudo o que me fazia sentir, completamente, desejada, amada. Já passou tanto tempo, como é que ainda consigo sentir tudo isto? Como é que ainda me recordo de tudo como se tivesse sido ontem? A realidade é que já se passaram, aproximadamente, dois anos, dois anos em que nunca me tinha sentido como me sinto agora. Ah, se o tempo voltasse atrás, teria aproveitado mil vezes mais, ter-te-ia dito que te amava, que te desejava, coisa que nunca tive coragem de te dizer. Não me arrependo do que contigo vivi e se tivesse a oportunidade, voltava a viver tudo de novo, se tive oportunidade amar-te-ia mil vezes mais, entregar-me-ia por completo. Resta a saudade, as memórias que por mais tempo que passem ainda habitam em mim. E o amor? O amor que por ti sentia desgastou-se ao longo de todo este tempo que nos fez estar separados um do outro, mas apesar de tudo isso sinto a necessidade de ter por perto, de te ter como o meu refugio. Sinto tanto a falta de tudo, oh se sinto. "O tempo não volta atrás, o que volta é a vontade de voltar no tempo".
"Passado que é presente"