Ainda te esperava no mesmo local de onde te tinha visto partir, ainda procurava o aroma do teu perfume nas ruas que outrora tinham sido nossas, ainda recordava o sabor do teu transpirar nos lençóis do meu leito, ainda ouvi-a a tua voz ao fundo do corredor da minha habitação. Onde estavas tu naquele momento? Chegas-te sem nada e partis-te com tudo o que era meu, com tudo o que fazia a minha vida ter sentido, com tudo o que me deixava feliz, com tudo o que fazia de mim a mulher que era. Aos pouco vou enfrentando esta realidade, aos poucos vou tomando consciência que as promessas foram quebradas, que aquilo da qual outrora era portadora jamais voltarei a ser, aos poucos vou entendendo que amar também é sofrer, que também é saber ouvir um não, mas, especialmente, que amar é entender qual o limite, qual o fim, qual o momento apropriado para desistir. Sim, eu desisti. Não, não sou fraca, não sou uma coitada, não sou uma triste. Sou alguém que percebeu que, por mais voltas que o mundo dê, que por mais coisas que aconteçam, tu és feliz sem mim, alguém que percebeu que já não precisas mais de mim como precisavas para viveres o teu dia-a-dia como sempre vives-te. Espero que um dia percebas que tudo o que te disse era verdade, que tudo o que te ofereci foi por te amar, que tudo o que de mim provinha era genuíno mas ,especialmente, espero que um dia entendas que não me arrependo e que voltaria a fazer tudo de novo, por ti, pelo teu sorriso, pela tua felicidade.
"Para ti, para o teu ego, para o nosso passado"