Capturei o teu rosto de todas as vezes em que estiveste no horizonte do meu olhar, guardei comigo todas as palavras que me escreves-te, todas as vezes que te vi sorrir. Estas são, provavelmente, as únicas recordações que possuo de ti, recordações que jamais apagarei ou que jamais as deixarei fugir de mim. Estás tão distante como a terra do sol, já nada sei acerca de ti ou do teu modesto mundo. Não sei se ainda és possuidor dos mesmos sonhos, se ainda percorres as ruas que outrora percorrias, não sei se sorris e és feliz ou apenas o fazes para esconder a dor. Não sei se amas alguém ou tens alguém com quem partilhes o teu mundo, que te faça feliz, não sei se ainda ouves as mesmas músicas, se ainda gostas das mesmas coisas, não sei se te lembras de mim ou simplesmente me esqueces-te. Doí, sabes? Doí viver neste impasse, doí não ter noticias tuas, mas o que doí ainda mais é viver longe de ti e na incerteza da tua volta. Nostalgia, saudade, tristeza, solidão, amor ... são as palavras que me descrevem nesta etapa da minha vida. Todas elas carregam em si um grande e especial significado, um significado próprio do meu mundo. Tenho saudades tuas, os meus dias já não são os mesmos, as flores já não parecem possuir o odor que em outros tempos possuíam os pássaros já não parecem voar tão velozmente, o meu mundo parece estar cada vez mais destinado a ser preto no branco. E tu, será que sentes a minha falta? Volta, volta ao meu mundo, retira-me desta solidão maior que o vazio, retira-me esta mágoa, este sofrimento. Diz-me simplesmente, voltas ou o adeus é definitivo?
"Será que não ves que sinto a tua falta?"