Escrever para ti é sentir-te. Daí esta calma quando para ti
escrevo, para que sinta cada movimento teu, cada toque suave, cada lembrança
que a vida me fez recordar, cada respirar teu por mais ofegante que tenha sido.
Sentir o odor a paixão, recordar o teu corpo transpirado, o sabor do teu suor,
do teu beijo, saber todos os teus desejos mais profundos naqueles momentos em
que eramos mais cúmplices, aqueles que nunca ninguém teve acesso, nem nunca
ninguém saberá, por mais tempo que passe. Ainda ouço aquela música, aquele que
outrora descreveu o nosso amor, aquela que ouvíamos cada vez que pensamos em
desistir de nós. Eu sei, naquele dia nem essa música foi suficiente, nem todos
os turbilhões de memórias boas te fizeram ficar, nem todo o amor que eu tinha
por ti te fez repensar no erro que cometes-te. Sinto a tua falta, não posso
negar, é como se o meu transpirar, o meu respirar e tudo o que de mim provenha
fosse apenas definido na palavra saudade. Volta, volta por mais difícil que
seja, por mais que tenhas medo, volta para mim, volta para a minha vida. Vamos tentar
mais uma vez, vamos voltar a ser cúmplices de nós mesmos, vamos voltar a ser um
só, porque nada que eu poça fazer neste momento me pode fazer sentir tão viva
como tu me fazias sentir.
"Volta mais uma vez, apenas"