Porque foste embora? Porque me viras-te as costas e me deixas-te aqui, perdida neste mundo vago e sem cor? Eu entreguei-me a ti, apostei tudo em nós, no nosso amor, na nossa vida e tu desapareceste sem nada dizer. Qual será a calçada que pisas agora? Quais serão as paredes confidentes dos teus segredos? Porque não me falas nem me dás um sinal que ainda andas por aí algures? Deixei cair a primeira lágrima desde à muito tempo, a lágrima que contém todo o peso da saudade, do amor que um dia foi nosso. O que será que fiz de errado? Será que foi por não te merecer ou será que encontras-te alguém melhor agora? Talvez nunca encontre as respostas, talvez nunca saiba o que neste momento carregas dentro de ti. Um dia, com o tempo, as respostas talvez surjam e aí, talvez eu esteja pronta para as enfrentar. Talvez nesse dia eu já não sinta medo do que possa vir, talvez nesse dia tu não sejas para mim aquilo que hoje és. Com todo este tempo que passou desde a tua partida, percebi que não há distancia suficientemente forte que consiga destruir um verdadeiro amor, que não há saudade que um abraço não apague, aprendi que por mais que a gente faça nem tudo depende de nós próprios e que por mais que façamos planos a vida encarregasse de acabar com eles, de os destruir, por mais que a gente lute. Mas, acima de tudo eu aprendi a viver com a tua ausência, com este odor a saudade que ainda hoje habita no meu ambiente.
"Odor a saudade"