Silêncio predominante, detectasse apenas o som da minha respiração ofegante e da chuva que lá fora caí. Vejo a minha chávena do chá fumegar, percebo que esta vai ficando cada vez mais fria, mas a vontade de a beber torna-se pouca. Faltas tu, a minha companhia de longas tardes de animação, de amor e até mesmo de companheirismo. Vejo as gotas de água da chuva escorrerem por aquela antiga janela, tento desenhar o teu rosto nelas para que no mínimo possa sentir a tua presença mas tal não é possível. Crio os diálogos mais estranhos dentro da minha cabeça e ainda imagino nós os dois, como se fossemos um projecto que pode ter corrido mal à primeira, mas que há segunda quem sabe se não corrá melhor. Necessito de mudanças, preciso de alterar os meus objectivos e pôr-te fora de um caminho que juntos já não percorremos mais. Quero aquecer-me por inteiro, deixar para lá o calor do teu corpo que já não me pode aquecer mais, o cheiro da tua simples roupa que ainda predomina no meu nostálgico ambiente. Necessito de viver, de viver um dia de cada vez e não mais me preocupar com o que vêm amanhã, o presente é certo, o futuro incerto. O meu desejo é somente acordar com uma visão diferente e saber que aquele momento é apenas o inicio de um novo dia, de uma nova página, de uma nova história. (Inventado)
"Eu e a minha chávena de chá"