Um saco de lembranças, uma caixa de saudades e um contentor
de pessoas. Saudades daquilo que não fui e poderia ter sido, daquilo que fui,
das pessoas que foram e deveriam ter ficado, dos corações partidos e desfeitos
em pedaços, das vagas recordações que me acompanham desde então, dos lugares
mais doces e também os mais frios, das memórias escuras e das coloridas, das
recentes e das passadas, das mais importantes às menos importantes (…) Não me
perguntes quem sou, ainda hoje isso é uma incógnita para mim. Sou difícil de
decifrar, fácil de conquistar, difícil de entender, mas fácil de ajudar. Sou o
anormal, de amenos e extremos, do amargo ao acessível, também (…) consigo ser, apenas,
o tudo e o nada. Mudei muito, caí e levantei-me tantas vezes, que hoje nem sou
conhecedora das vezes, reconheço que por vezes olho para mim e nem me conheço,
envergonho-me disso, se eu não me conheço, quem me vai conhecer? Apenas
reconheço que sou os pedaços colados que um dia foram desfeitos. O tempo passou
demasiado depressa, e eu não soube acompanha-lo. Sei que existem dores que
jamais passarão, cicatrizes que jamais irão desaparecer e feridas que jamais
serão curadas, mas aprendi que tudo passa, que a gente se acostuma com a dor ou
simplesmente sorrimos mesmo que doí-a por dentro. Prazer, chamo-me nada mais,
nada menos do que “fragmentos”.
"Eis o meu nome, "fragmentos""