Recordas-te daquela rapariga que aparentava ser forte, inquebrável, de feitio rude, com uma personalidade fora do comum, que parecia ser insensível, pouco sentimentalista, fria, e em algumas circunstancias divertida? Aquela que julgas-te pela aparência e nem sequer te dignas-te a conhecer melhor? Pois bem, pensavas saber tudo sobre ela, mas o que tu não sabias é que ela todas os dias se refugiava na nostalgia das suas noites, que chorava por alguém que já não estava mais ali, alguém esse que partiu pelas várias advertências que a vida nos opõe. Ela, simplesmente, pensava em tudo o que tu lhe dizias e por mais que aparentasse não doer, todas as tuas palavras que com indelicadeza lhe dizias, tocavam-a, tocavam no fundo do seu coração. Ela fingia nem sequer te ouvir, fingia ignorar-te mas, a realidade é que ela ouvia e guardava somente para si. Ouvia tudo e por mais que quisesse esquecer ou tentar nem lembrar ela não conseguia. Ela era um pouco daquilo que ouvia, que aparentava ser, era as lágrimas que nunca viste escorrer pelo seu rosto, era os sorrisos forçados da qual inúmeras vezes foste espectador, era os gestos/ atitudes que fazia e tu não vias ou, simplesmente, ignoravas, era a paz, a companhia, a amizade, era um tudo e um nada. Era aquilo que nunca viste nem nunca verás, era ela própria e por mais que a tentassem mudar ela seria, sempre, fiel a si mesma. Ela, somente, ia continua a ouvir e a guardar para si, ia continua a fingir ignorar-te, ia aprender a viver com isso e a mostrar-te que o que tu pensavas dela não a definia. Hoje, ela cresceu, aprendeu que a vida nem sempre seria o que ela desejaria, aprendeu a ouvir criticas e a viver com elas, aprendeu que não podemos ser todos iguais, mas acima de tudo ela aprendeu que pessoas como tu não merecem nada. E, sabes, essa rapariga sou eu e cheguei mais forte e com vontade de vencer.
"Uma simples rapariga"