A folha branca e amarrotada dizia o seguinte: Estava a
pensar desistir de amar alguém quando a certo momento chegas-te tu, portador de
um olhar feliz, de um sorriso contagiante, de uma energia encantadora (...) e
me fizeste mudar de ideias. Mostraste-me que sempre irá haver alguém que nunca
me fará desistir, seja qual for a circunstância, mostraste-me que vale sempre a
pena esperar, pois a pessoa certa acabará por aparecer, mostraste-me que até
podemos sofrer com o que vivemos no passado ou no presente, mas a vida, mais
tarde ou mais cedo, acabará por nos recompensar com um pessoa que cuidará de
nós e se entregará a nós como nunca houve antes, mostraste-me que amar não é
tão mau quanto pensei, que por mais que sejamos felizes haverá sempre algo que
nos fará sentir ainda mais. Agora, agora que chegas-te eu espero que não
partas, agora que estás comigo jamais quero que te transformes numa mera
memória, jamais quero que passes de presente a ausente, ou do real a um sonho,
agora que te encontrei vou cuidar de ti, vou dar-te amor, carinho, atenção, vou
limpar-te as lágrimas e impedir que estas caiam, vou sorrir contigo, chorar
contigo, vou viver, partilhar e amar contigo, vou ser feliz, mas preciso de ti.
Tu não sabes que tudo o que faço, faço por ti, que tudo o que digo, digo a
pensar em ti, tu não sabes que o meu coração te pertence, não sabes que ele te
ama, mas na altura certa eu vou dizer-te. Amor, por mais que um dia te sintas
só, lembra-te que deste lado estará sempre alguém pronto a dar-te a mão, a
enfrentar os obstáculos, as mágoas, lembra-te que estará aqui alguém que cairá
contigo, mas especialmente lembra-te que deste lado estará sempre alguém que te
ama seja em que circunstância for.
A carta terminara assim, de uma forma simples e apaixonada,
só me recordo de a ter deixado ao sabor do vento na esperança que este a
levasse a ti.