Estou cá fora de casa, sentada, sentido a brisa nocturna
passar-me pelas pernas e braços expostos ao clima, os cães latem ao longe,
finjo não me importar. Estou focada, mais uma vez, em ti. Não sei como ainda me
mantenho de pé, não sei onde vou buscar todas as forças que tenho tido para
ultrapassar tudo que ultrapasso. Eu amava-te de verdade, digo-o com um sorriso
sereno no rosto, amava-te mais do que aquilo que um dia foste merecedor, amava-te com tudo o que tinha e isso de pouco valeu. As minhas noites têm
sido a nostalgia que se vê, o mundo parece parado no tempo, pareço perdida na
imensidão deste, injusto, mundo. Porquê a mim? Pergunto-me inúmeras vezes mas,
as respostas são nulas. Poucas estrelas há no céu esta noite mas, continuam
brilhantes como os teus olhos sempre foram. Estás apaixonado, apaixonado por
outro alguém e isso é bom para ti. Estás a fazer pela vida, a lutar pelo que
queres e pela tua felicidade e eu deverias fazer o mesmo. Mas, sabes, a minha
felicidade estava em ti, no amor que nutríamos um pelo outro, amor esse que
morreu da tua parte que por mais que eu queira arrancar do meu coração algo me
pede que fique, o que eu queria era ter-te, hoje mais do que nunca. Eu sei, preciso seguir em frente, voltar a página do nosso
amor, começar uma nova etapa de uma história muitas vezes com capítulos inacabados. Tenho que ir, mais uma vez meu amor, a noite está-se a pôr fria e
já não te tenho para me aqueceres.
P.S-Desculpa, está vago mas, há dias em que nem tudo o que queremos saí.