Pesa-me os olhos, talvez pela subcarga de água que os preenche, ou talvez por já nem dormir em condições devido à tua ausência. Nunca te pedi o mundo, nunca te pedi o complexo ou que deixasses tudo por mim, era incapaz de o fazer. Pedi-te o simples e tu nem isso foste capaz de fazer, pedi-te que me amasses e tu apenas me adoras-te, pedi-te que ficasses e tu, simplesmente, partiste e levas-te contigo o melhor de mim. Deixaste-me com as recordações, recordações essas que me ferem o coração e me fazem fraquejar. Já sinto as minhas pernas tremerem e fracas, nunca pensei que ficaria assim se partisses, o facto é que acreditava que era até ao fim e que nunca partirias. Fui obrigada a crescer, a enfrentar o quotidiano na tua ausência e tudo porque me poseste de parte e não quiseste mais que o significado da tua felicidade fosse eu. Sabes, doí, doí saber que no passado fui o teu sorriso, saber que te amei, talvez demasiado, doí saber que para ti era tudo e hoje já nada sou. Porque não voltas e vens buscar tudo o que te pertence? Porque não deixas de atormentar os meus dias e de os tornar nostálgicos? Vai e nunca mais voltes, não quero que o passado viva em mim, quero encerrar este capítulo e deixar as recordações para trás, sorrir e ser feliz à minha maneira.