Amo-te, amo-te hoje mais do que te amava ontem. Apaixono-me por ti todos os dias como se da primeira vez se tratasse. Amo-te com todas as células do meu corpo, com tudo o que tenho mas, essencialmente amo-te com o coração, isso não posso negar a ninguém. Procuro o teu perfume nas minhas peças de roupa na esperança que mesmo sem te tocar ele esteja lá, procuro-o no ar que respiro, em cada pedaço de tela ou onde ele se possa entranhar, procuro os teus traços faciais nas ruas que percorro, nas fotografias que revejo vezes sem conta sem nunca me cansar. A natureza parece morta, apenas o vento e a chuva a agitam e lhe dão uma cor cinzenta. A chuva molha-me enquanto que corro pelas ruas, sinto-a escorrer-me pelo rosto misturada com as minhas salgadas lágrimas. Lágrimas que me escorrem por não te poder ter todos os dias para me dares um beijo de bom dia ou uma simples palavra meiga. O teu rosto parece estar estampado em cada parede, certamente que já sou eu a delirar, a por os desejos à frente da realidade mas é isso que ainda me mantém firme. Tenho-te mas, não te posso tocar, não me posso alimentar dos teus doces beijos, do teu amor, não me posso refugir nos teus braços ou aquecer-me no calor do teu corpo. E agora pergunto-me: Seremos nós merecedores deste castigo?
"Quando o amor move montanhas"