E mais uma noite, em que esperei por ti e tu não apareces-te, passou. Não me espantou mas, sempre mantive a esperança que em alguma noite haverias de voltar ao ninho do nosso amor. A esperança torna-se cada vez mais escassa à medida que a saudade aumenta e a tristeza me invade. Já não me reconheço em muitas das minhas atitudes, as minhas palavras deixaram de ser doces, o meu coração deixas-te pintado de negro e nunca mais voltas-te para lhe mudares as cores. Mais uma noite fria em que não terei ninguém para me envolver nos seus braços, em que não terei ninguém para me aquecer com umas palavras ou com um, simples, bater de coração. Sozinha, é assim que me vejo neste momento, longe de tudo e de todos, eu prefiro assim. Ninguém precisa de ver nos meus olhos a mágoa que me preenche, ninguém necessita saber que estou sozinha ou a morrer de amores por ti. Não quero ver ninguém a olhar-me nos olhos e a tomar a minha tristeza como se fosse a sua. Serei superior à vontade de chorar, serei superior à saudade ou à tua ausência e tudo o resto mas, que ninguém me peça para ser superior a este amor. E se um dia voltares poderá ser tarde demais, poderei já estar feliz por ter apreendido a viver sem ti, poderei ser a felicidade e o mundo de outro alguém mas, até lá tu serás, sempre, o meu coração e a "pedra no meu sapato".
"Quando as coisas não são como nós queremos e a saudade nos vem ver"