Preferia não te ter conhecido, não ter partilhado contigo tudo o que partilhei, preferia não ter vivido metade do que vivi, sentido tudo o que senti, preferia não me ter entregado a ti, ou até mesmo ter feito tudo o que fiz por ti. Se nada tivesse acontecido, por esta altura, seria uma mulher completamente feliz, agarrada ao presente, com capacidade para enfrentar a vida com um sorriso, teria as forças necessárias para ultrapassar qualquer obstáculo que por algum motivo se atravessasse na minha longa e dura caminhada. Mas a dura realidade é outra, levas-te contigo tudo o que melhor havia no meu "eu", levas-te o que não devias ter levado e deixas-te para trás o que nunca deverias ter deixado. De cada vez que me dizem que a nossa felicidade só depende de nós, eu finjo acreditar, mas sabes, não acredito. A felicidade depende de quem nos rodeia, daqueles que partiram e levaram com eles o melhor de nós, daqueles que nos amam ou que nos amaram. Foste um grande marco na minha vida, essa é a realidade, foste especial, ainda és. És o constante motivo das minhas insónias, dos pesadelos que fazem das minhas noites a nostalgia no seu auge. Porque não poderia o vento levar tudo aquilo que por erro deixas-te ficar comigo? Porque será que o tempo não cura e apenas ameniza a dor? Porquê? Perguntas sem respostas, palavras sem sentido, frases confusas, sentimentos perdidos, conclusão: confusão instalada.
"Preferia ter passado à frente"