O tempo vai passado, a dor vai permanecendo dentro de mim, vai-se apoderando de tudo aquilo que me pertence. Sabes, ainda te procuro todos os dias pelas ruas que outrora pisas-te, procuro o teu cheiro em cada porção de ar e o teu corpo em cada recanto. Ainda vives em mim, ainda vejo os teus olhos penetrarem nos meus, a cor escura da tua pele reflectir-se no branco da minha. Ainda recordo as vezes que fizeste do teu sorriso a minha força, do teu amor a minha felicidade e da tua presença o meu respirar. Era em ti que via a luz da minha vida, capaz de me guiar e de me fazer transpor cada obstáculo que surgisse no meu percurso. Provavelmente já não te lembras do meu nome, do brilho que tomava conta dos meus olhos de cada vez que te via chegar perto de mim, não te lembras das batidas do meu coração, da profundidade do meu respirar, do meu jeito de andar ou do meu simples sorriso, provavelmente (...) Eu ainda me lembro de tudo que juntos vivemos, das palavras que trocamos, das promessas que fizemos e que agora não passam de lixo. Se tu estiveres feliz, eu vou estar bem, lutando e sobrevivendo, mas sem ti. Aprendi a enfrentar o meu quotidiano sem ti, sem a tua força e sem tudo aquilo que te pertence e hoje apesar da saudade eu estou bem.
"A dor da saudade"