Percorro todos os recantos da minha habitação ao som da nossa música, escorrego pelas paredes frias, sinto um arrepio subindo por mim a cima, sinto um vazio maior do que o oco e sem noção do tempo continuo. Perdida no meio do nada canto esta melodia que para nós significou tanto naquele que foi o ponto mais alto do nosso caloroso amor. Pudesse eu cantar-te ao ouvido, pronunciar-te, na perfeição, cada nota musical, pudesse eu ter-te somente para mim, pudesse eu perder-me no calor do teu corpo, ou simplesmente ser dona do teu coração, pudesse (...) E, se a minha mente pudesse ter lido o futuro teria evitado todo este sofrimento, não teria esbanjado amor em vão muito menos tê-lo-ia dado a alguém que não o merece. Certamente que não teria aprendido metade daquilo que aprendi, mas sentir-me-ia muito mais feliz por maior que fosse a minha inocência. Confesso, sempre foste o meu ideal de homem, sempre foste quem eu desejei ter do meu lado para qualquer que fosse o momento da minha vida, desejei-te acima de qualquer outra coisa, mas na realidade não passou disso mesmo, um desejo que por mim vagueava. Sempre quis premiar-te com um saboroso beijo quando o dia já não te tivesse nada de novo a proporcionar, sempre quis ser o teu chão nos momentos de queda, o motivo do teu sorriso, a razão do teu viver. Foram dias realmente felizes, longe da agitação habitual do meu dia-a-dia, longe da nostalgia que outrora tomara conta da minha vida. Longe de tudo, perto de ti. É assim que me vejo neste momento de solidão por mais que longe de mim, fisicamente, estejas. Quanto menos te tenho mais te desejo e mais te amo. Pergunto-me se é normal e se será isto saudável para mim. Chegou o momento da despedida, peço-te que tomes conta de ti e do meu coração que contigo ainda permanece. Deixo-te uma mensagem “Ninguém te ama como eu te amo”, espero que seja o suficiente!
"Vagueando"