Talvez a culpa seja minha, talvez eu mereça tudo isto, por ter dado o melhor de mim a quem não merecia e apenas me causou tristezas. Mas o que posso eu agora fazer para remediar? O que posso eu fazer? Não posso mudar o passado, o presente está como está e o futuro ninguém sabe. Não vou continuar agarrada a lembranças que me causam nostalgia, não vou deixar que continues presente dentro do meu coração, este é demasiado bom para uma pessoa tão má. Tento, vezes sem conta, remediar os erros, curar as feridas, mas tu não o permites. Não posso dar um passo em frente para o bem de ambos, porque tu dás dois para trás. Sempre me senti capaz de lutar, sabia que estavas comigo e isso fazia-me sorrir, agora? Agora que sei que não estás comigo, continuo forte, mas não me sinto capaz de fazer por ti o que sempre me senti capaz de fazer. A beleza do teu rosto fazia brilhar os meus olhos, o teu interior fazia o meu coração palpitar por seres quem eras, cada vez que o nosso olhar se cruzava eu suspirava, estava apaixonada e mesmo sabendo que talvez não sentisses o mesmo eu sentia-me realmente feliz. Lembro-me das vezes que atravessavas a porta, espreitavas para dentro e sorrias para mim, abrias-me os braços e eu corria para eles. Saudavas-me com um simples, mas carinhoso beijo na testa. Os teus lábios eram macios bem como a pele do teu rosto. Eram dias realmente felizes que voaram com o vento. As promessas que ambos fizemos só eu as continuo cumprindo, tu viraste-me as costas, deitas-te fora as lembranças, quebras-te as promessas e fizeste o meu coração despedaçar-se. Cada dia que passa é um dia diferente, torno-me cada vez mais forte e á medida que estes passam a saudade aumenta, mas o amor diminui. São inversamente proporcionais, mas espero um dia contrariar esta lei e fazer deles uma mera e vaga recordação.