"Ainda tentei puxar-te para mim, explicar-te que a distância aproxima as pessoas quando elas têm alguma coisa para dar uma à outra, mas já tinhas desistido de mim."
No exterior corre uma brisa fria, a noite está coberta de nuvens bem como a minha cabeça. Entra o ar pela janela, bate-me no rosto e parece trazer com ele o teu perfume, a tua voz e muitos outros pertences teus. Conhecia de cor as paredes do teu coração, os teus traços faciais, os teus gostos, conhecia cada recanto do teu ser como se me conhecesse. Não entendo, porque é que não me deixas contar-te a minha história? Porque é que não me deixas demonstrar-te o que sinto por ti? Porque é que não acreditas em mim? Dou voltas na minha cabeça, vou decalcando aquele que foi um dia o chão que tu pisas-te, vou tocando no que te pertencia e que comigo ainda continua. Revejo-te na minha mente, estás mais presente em mim do que qualquer outra coisa/ pessoa, mais do que o que eu própria desejo. Não sei se todas estas lágrimas mostram a minha tristeza, se mostram a felicidade por te ter tido no passado. Porque é que não podemos simplesmente começar do zero? Porque é que não podemos voltar novamente ao dia em que trocamos pela primeira vez um olhar intenso? Ao dia em que pela primeira vez toquei nessa pele, ou beijei a tua boca? Só te pedia uma nova oportunidade para te voltar a ver, voltar a tocar-te, nem que fosse pela última vez. Da última vez que o fiz pensei que aquele não era o nosso adeus definitivo, pensei que tínhamos muito mais para dar do "nós" que algures existiu. Estava enganada, partis-te sem um bilhete de volta, sem um adeus, uma carta ou um beijo de despedida. Não imaginas como têm sido os meus dias sem o conforto das tuas palavras, o calor dos teus braços, e tudo que era "nosso". Porque é que foste egoísta ao ponto de levares contigo a minha felicidade e deixares comigo a saudade? Ainda espero por ti, não deveria, mas continuo a cumprir a promessa que te fiz independentemente de a teres quebrado um dia, algures neste mundo! Não é burrice, é amor*