Do nada voltas e do nada partis-te, foste como a noite que volta e passado umas horas parte. Recordo-me muitas vezes daqueles passeios tardios, dos dias em que me premiavas com o teu sorriso contagiante, com o teu toque, ou uma simples palavra dita dessa tua desejada boca. Foram dias realmente bons, felizes e longe da nostalgia diária com que me viera a deparar até dado momento. O tempo foi passando e com ele levou aquilo que de uma maneira ou de outra nos pertencia, levou-te a ti, ao teu sorriso e tudo que de ti provinha. Por sinal, ele deixou a saudade, deixou as recordações daquilo que outrora fomos, das gargalhadas que juntos demos, dos segredos que partilhamos e até mesmo das promessas que em conjunto fomos fazendo ao longo da nossa caminhada. Meses já se passaram desde a ultima vez que te vi entrar por aquela porta, vindo em direcção a mim com o teu ar característico. Realmente a saudade é um sentimento pesado, têm valor e isso eu aprendi com a tua ausência, com o facto de sentir a tua falta e a falta dos teus pertences. Um dia vestimos a pele um do outro, mas algo de mais forte levou esse revestimento a degradar-se pouco a pouco. É triste não ter uma noticia tua, dói saber que hoje estou aqui escrevendo para ti, mesmo sabendo que estás nos braços de outra, mas sabes? Eu aprendi a ser superior a esta dor, aprendi a reviver o passado com um sorriso, aprendi a conter as lágrimas de saudade que tantas vezes me escorreram pelo rosto. A vida é mesmo assim, a saudade faz parte, as desilusões e ilusões vão sendo o forte cada vez mais, e nós? Nós apenas temos de aprender a lidar com tudo isso. Hoje estou bem, não totalmente, mas um dia conseguirei. Continuo olhando pela janela, esperando um dia ter notícias tuas!
Não propriamente realidade*